Achar-me é deitar em um jardim de tulipas vermelhas. Ilusão de quem vive perto do céu.
quarta-feira, 7 de setembro de 2016
Noite.
Hoje o dia foi de treva
não houve cheiro de leite morno
e os braços não embalaram um bom bocejo.
Só comi o gosto de angústia
lágrima seca dentro do nariz
vozes dizendo que a escolha existe.
Se existe, não tenho forças pra escolher.
Não hoje.
Perde-se a noção de tempo
porém cria-se uma história com
começo, meio e fim.
O começo é um sofrer
o meio é o horizonte que não chega
e o fim é o fechar os olhos pra sempre.
o dia hoje foi de escrever,
pois uma mentira vista e revista mil vezes
vira verdade.
e eu tenho medo de a minha história ser vendida
como mais uma que não teve coragem
de encarar a própria sarjeta.
Tento ler e estudar sobre a origem da maldade
procuro no dicionário o significado de "piedade"
e choro mais uma vez
por não saber mais quem eu sou.
do que eu gosto
pra onde eu vou.
pior
esquecer de mim por mim mesma
não por alguém.
Foi o pior inverno desde que tive dinheiro
para comprar vestidos de primavera.
e eu imaginei a sua mão me levando para jardins de aniversário.
hoje eu pedi ajuda
pois a falta de chuva devia não regar a minha dor
e o dia anoiteceu gelado
sem eu saber bem o que aconteceu.
Sinto que me despeço
do profano dia
com abandono meu.
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